Capitulo 18 - It Was Just A Dream

Ela não sabia quanto tempo tinha passado. Bom, na verdade ela sabia: Sete horas e cinqüenta minutos. Esse era o tempo em que Demi Lovato estava aconchegada ao corpo de (SeuNome) em baixo de uma árvore, frente ao lago congelado. Parece confuso? Imagine para (SeuNome), que acordara a menos de trinta minutos e desde então se perguntava que diabos estava fazendo. O óbvio lhe corria pela mente, mas a morena recusava-se a aceitar, ela não cederia a uma tentação. Oh, céus, ontem a noite foi perfeita. Elas dançaram, cantaram, e por um momento nem parecia ser um sonho de Demi, parecia o dela mesma. Perguntou-se o que estava pensando quando maltratava a pequena no colégio, pois aquilo lhe passava tanta confiança e segurança, mas agora, Demi era quem lhe passava confiança e isso assustava. Seu coração parecia mais uma máquina fora de controle e o perfume que vinha da pequena mantinha o corpo da morena totalmente relaxado até mesmo para o frio que fazia.

(SeuNome) precisava admitir, ela sentia-se presa a realidade. Presa de uma forma boa, pela primeira vez em muito tempo, ela queria estar ali, ela queria viver aquele momento sem querer alterar, ou passar o tempo.

Demi murmura coisas desconexas e abre os olhos. Ela ergue um pouco a cabeça e encara (SeuNome), elas estavam tão…Próximas. A morena podia sentir a respiração leve da pequena em seu pescoço, e Demi admirava os olhos dela, orgulhosa, feliz, realizada. Eram tantas sensações que a pequena poderia se perder nelas.

– Não foi apenas um sonho, não é? - a voz de Demi soou rouca, (SeuNome) observou o vapor que saiu da boca da pequena e depois respondeu:

– Você queria que tivesse sido?

A pequena fitou (SeuNome) e sentou no cobertor esfregando as mãos e arrumando o cabelo.

– Antes de dormir, eu tive medo de acordar e tudo não tivesse passado de um sonho. - ela fechou os olhos e os abriu novamente contemplando o lago.

(SeuNome) também sentou, e observou enquanto Demi parecia digerir tudo o que havia acontecido noite passada.

– Tenho certeza que o roxo no olho de Michael vai provar que não foi um sonho.

Demi gargalhou acompanhada de (SeuNome), a pequena parecia tão feliz que mal se tocara quando a piada já tinha perdido a graça e que apenas ela sorria, agora com a cabeça encostada no ombro da morena.

– E eu compreendi que não podia suportar a idéia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto… - sussurrou baixo.

– O pequeno príncipe? - perguntou a pequena divertida. (SeuNome) ergueu uma sobrancelha surpresa.

– Desde quando se tornou tão culta?

Demi cutucou (SeuNome) e as duas riram. A morena levantou espreguiçando-se e ajudou a outra a se levantar também, que agora tremia de frio enquanto recolhiam as coisas.

– Aqui. - disse (SeuNome) ajeitando o cobertor no ombro da pequena que sorriu em agradecimento e voltou a encarar o lago congelado.

– Eu ficaria aqui para sempre. - murmurou. (SeuNome) a escutava um pouco mais atrás. - É bom fugir de vez em quando, e no meu caso, cada dia que passa se torna uma tortura continuar respirando. Como se minha areia na ampulheta estivesse acabando e você, (SeuNome), tem feito tudo ser tão mais fácil…Eu apenas gostaria de saber qual minha missão aqui na terra.

A morena apertou os olhos, não queria chorar, precisava se fazer de forte, só que estava sendo difícil segurar a dor no peito de imaginar que dali a alguns meses, ela não estaria mais presente para que pudesse lhe fazer sorrir.

– Eu não vou te deixar, Demi. - disse a morena com a voz determinada. - Você é minha missão.

Demi se virou enxugando uma lágrima e (SeuNome) sentiu sua base desmoronar ao ver os olhos vermelhos da pequena. As duas seguiram para o carro.

– Você está sendo boa demais, (SeuSobrenome). O que está tramando?

(SeuNome) não pode deixar de sorrir, é claro que ela desconfiaria. Quem não?

– Só percebi tarde demais que você é uma boa pessoa.

E não estava mentindo. Nunca parou para pensar em Demi como uma pessoa de bom coração, ela apenas a via como uma barreira, um obstáculo em sua vida, e foi assim que tratou a pequena durante todo o colegial. Arrependia-se disso amargamente.

– Sabe, já faz um tempo que estamos conversando e ainda não sei quase nada sobre sua vida.

O coração de (SeuNome) deu um salto e sentiu o ar faltar, foi preciso focar sua atenção na pista e deixar que tudo saísse no automático.

– Então pergunte.

Demi pareceu excitada com a idéia de poder descobrir mais coisas sobre a morena, então se ajeitou no banco pensou alguns segundos.

– Continua em UCLA?

– Sim.

Silencio.

– Algum namorado novo?

(SeuNome) engoliu em seco.

– N-não.

Demi não pareceu convencida com a resposta da outra, então continuou encarando-a com curiosidade e desdém.

– Sim? - perguntou a pequena após se convencer de que ela não responderia.

– Sim.

Houve um suspiro e um repentino silencio. A estrada estava engarrafada pelos carros que circulavam, provavelmente pessoas indo visitar parentes, ou saindo a passeio com a família. (SeuNome) batia o dedo no volante desconfortável sentindo o olhar de Demi cravado em sua face. O que ela diria? Que namorava um homem mais velho, ou pior, seu professor? Ela não podia fazer isso, se sentia envergonhada e odiaria ver o olhar decepcionado de Demi. Ela não precisava de mais decepções, e a machucava só de imaginar palavras rudes vindo da pequena. Não houve mais perguntas, este foi o menor questionamento que já vira, pensou (SeuNome), ainda mais vindo de Demi Lovato. Mas, Demi permaneceu calada toda a viagem de volta para a casa dos Lovato, como se processasse o que (SeuNome) havia lhe dito.

– Você não vai ficar? - perguntou Demi após a morena estacionar em frente de casa.

– Preciso ver a Lauren, estou preocupada com ela. - respondeu a morena sinceramente. Demi balançou a cabeça se lembrando da cena na casa de Marissa. - Nos encontramos no colégio?

Noite passada Selena fez Demi prometer que iria com ela até o colégio, matar a saudade, rever antigos alunos, nada que (SeuNome) concordasse, ela não queria Demi perto de Joe, ela temia uma recaída ou algo pior.

– Nos vemos lá. - Demi abriu a porta, deixou o cobertor cair no banco do passageiro e fez menção de sair, então ela voltou e recitou sem olhar para (SeuNome): - Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.

(SeuNome) engoliu em seco e disse:

– Eu não conheço essa.

– Shakespeare.

Ela saiu do carro, bateu a porta e (SeuNome) continuou com o carro parado, presa em seus pensamentos e confusões.


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